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3 de outubro de 2011

Por mais influência na gestão da internet


Países em desenvolvimento querem participar mais da política mundial de internet; ativistas se preocupam com controle que governos autoritários podem exercer sobre a rede
NAIRÓBI – Os ativistas que defendem regulamentação frouxa da internet estão alarmados devido à busca, pelos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outras economias emergentes em rápido crescimento, de maior influência sobre a maneira pela qual a rede é policiada. Na opinião deles, trata-se de uma ameaça à liberdade online. Eles temem que controle governamental mais severo por parte de países autoritários estrangule a cultura liberal que permitiu à internet, ainda jovem, prosperar e propelir o crescimento econômico e a inovação
China, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão propuseram, no mês passado, às Nações Unidas um código mundial de conduta que incorporaria, entre outros princípios, o de que “Estados têm o direito soberano a exercer autoridade policial sobre questões públicas relacionadas à internet.”
A China exerce censura e vigilância abrangentes sobre os seus 500 milhões de internautas, a maior população mundial de usuários da rede, enquanto o Uzbequistão é visto como “inimigo da internet” pela Repórteres Sem Fronteiras, organização que defende a liberdade de imprensa.
“Alguns desses países têm caráter mais autoritário, e por isso estão acostumados a interferir com o pressuposto da liberdade de expressão”, declarou o pioneiro da Internet Vinton Cerf, em uma entrevista durante o Internet Governance Forum, em Nairóbi, capital do Quênia.
Índia, Brasil e África do Sul – que junto com China e Rússia formam os Brics – propuseram criar uma nova agência da ONU para orientar a política mundial de internet. Essas economias estão frustradas por o seu crescente poder econômico não estar refletido nas múltiplas organizações que trabalham juntas para manter a internet em operação.
O Brics não está sozinho em seus apelos por mais controle. O presidente francês Nicolas Sarkozy, que defende uma lei para coibir a pirataria online que restringiria o acesso dos praticantes de pirataria à internet, este ano convocou uma conferência de cúpula sobre a internet, a e-g8, onde defendeu a necessidade de maior regulamentação.
Há questões complexas em jogo. A mesma relativa falta de regulamentação que estimulou imensas inovações e facilitou o trabalho dos revolucionários da Primavera Árabe também facilita a propagação de pornografia infantil e a fraude online em todo o mundo.

Fonte : blogs.estadao.com.br

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